top of page

Qual a diferença entre um decibelímetro e um dosímetro?

O ruído ou som em determinados ambientes pode ser bastante prejudicial para a saúde humana, o que pode levar a problemas como estresse ou mesmo perda da capacidade auditiva. Dessa maneira, é necessário que se tenha o controle sonoro para a preservação do bem-estar das pessoas que convivem ou trabalham em determinado ambiente.

Alguns instrumentos de medição como o decibelímetro e o dosímetro podem ser usados para fazer tal aferição. No entanto, estes dois aparelhos, apesar de medirem a mesma grandeza, o som, têm funcionalidades um tanto diferentes e o uso de cada um deles é mais adequado para determinados públicos.

Para você entender definitivamente as diferenças entre os decibelímetro e o dosímetro, preparamos este artigo. Confira!

O que é o ruído?

No senso comum, o ruído está associado a poluição sonora, barulho ou som desagradável. Contudo, o conceito de ruído se altera de acordo com a área do conhecimento e atuação humana. Para a acústica, cibernética, biologia, eletrônica, computação e comunicação, o ruído apresenta sentidos distintos.

Para a segurança e medicina do trabalho, o ruído se caracteriza com a mistura de tons ou sons, em que as frequências se diferenciam entre si por um valor inferior ao poder de discriminação da frequência do ouvido. Isto é, é qualquer sensação sonora considerada indesejável.

Quais são os efeitos que o ruído causa?

Os ruídos são responsáveis, quando fora de controle, por vários problemas à saúde humana, como zumbidos, ansiedade, perda da audição, nervosismos e até a impotência sexual em casos mais graves. O ruído, apesar de poder ser destacado de forma conceitual, consiste em um som audível que se torna desagradável ao ouvido humano, tendo caráter subjetivo e pessoal.

Dessa maneira, o ruído intenso pode causar perda de audição está estabelecido acima de 85 decibéis (dB) — contanto que este se prolongue por um período de oito horas. Para cada 5 decibéis aumentados, a exposição ao ruído deve ser diminuída pela metade.

Em um trabalho em que o trabalhador fica exposto a um ruído constante de 90 dB, por exemplo, a exposição máxima do funcionário com aquele ruído deve ser de quatro horas. Para 95 decibéis, apenas duas horas. Para quem está envolvido com ruído de 110 dB, a exposição deve ser de no máximo 15 minutos.

Já o zumbido pode ser destacado de acordo com a sua classificação, isto é, tinido, acúfeno ou tinnitus. Para ser caracterizado com zumbido, a sensação auditiva não deve ser causada por um elemento externo ao ouvido humano. É um sintoma associado corriqueiramente à perda auditiva.

Entre as várias causas de zumbido, a perda auditiva, como destacamos anteriormente, é a mais comum, independentemente do grau da perda, ou mesmo sua causa (doença familiar e genética, idade, otites, doenças metabólicas, doenças do sistema nervoso central e até das articulações dentárias). Funciona mais ou menos como os cegos que visualizam certas figuras abstratas ou vultos, mesmo sem enxergar.

Ao longo do tempo, o organismo cria certos tipos de sons, como se fosse um erro de programação. Desse modo, vale destacar que é a perda auditiva que gera o zumbido, nunca o contrário. Por isso, é importante prevenir a perda de audição e garantir a saúde para os colaboradores das empresas.

O zumbido pode afetar o indivíduo de inúmeras formas, causando ansiedade, distúrbios de atenção, depressão, insônia, baixo rendimento no trabalho ou escolar. Os sintomas são pessoais e variam de acordo com cada indivíduo e com a intensidade com que o zumbido é sentido.

A queixa quanto ao zumbido geralmente se dá no período noturno, quando os barulhos externos são menores. Para conhecer as causas do zumbido, é preciso consultar especialistas no assunto, como otorrinolaringologista.

Quais são as normas que regulam o ruído em ambientes de trabalho?

O controle do ruído está ligado diretamente com o conforto e saúde dos usuários do ambiente, especialmente os trabalhadores. Com o amadurecimento das leis de segurança do trabalho, foram desenvolvidas diversas normas, de caráter nacional, para assegurar a segurança dos trabalhadores, tanto para evitar que estes entrem em contato com ruídos acimas do permitido, quanto para encontrar soluções para mitigar o problema.

Entre as principais normas que tratam do assunto, destacamos a NBR 10152 e NBR 10151. A primeira trata sobre níveis de ruído para conforto acústico. A segunda aborda os níveis de ruído para áreas residenciais. Elas devem ser utilizadas como instrumentos norteadores para a medição do ruído nos mais variados ambientes.

Além disso, as aplicações das normas garantem maior segurança ao empregador, uma vez que pode ser constatado que as normas foram cumpridas, assim como medidas mitigadoras dos problemas foram tomadas e que, portanto, eventuais problemas relacionados a ruídos não foram criados durante o exercício da profissão.

O decibelímetro

Embora o decibelímetro seja um termo utilizado em larga escala, mesmo no contexto comercial, é considerado inadequado para o meio científico, sendo o termo mais correto e aceito o “medidor de nível de pressão sonora”. Dessa maneira, você pode buscar por este equipamento tanto por seu nome mais conhecido e utilizado quanto pelo nome completo.

O decibelímetro, medidor de nível de pressão sonora (MNPS) ou sonómetro é um dispositivo utilizado para realizar a medição dos níveis de pressão sonora e da intensidade do som em determinado ambiente. A pressão sonora é uma ordem de grandeza que se assemelha bastante à sensação auditiva de volume sonoro, quando ponderada. Por isso, é muito utilizada para ambientes e usos comparados aos que temos em nosso dia a dia.

O decibelímetro é calibrado normalmente para indicar o nível do som em decibéis, que nada mais é do que uma unidade logarítmica. O limite da audição humana é de 0 dB a 120 dB, o que representa uma potência de 10¹² vezes maior que 0 dB. Evidentemente, esse número pode variar para cima ou para baixo, variando de acordo com as particularidades de cada organismo.

Dessa maneira, o decibelímetro é usado para medir a quantidade de ruído em um determinado local num ponto e momento específicos. Alguns decibelímetros contam com funções especiais como memorização de gravações e resposta lenta, o que facilita a medição em espaços com muita variação de ruído.

Além disso, o decibelímetro é muito usado pelo técnico de segurança do trabalho e por fiscais que recebem denúncia contra a perturbação do sossego, por exemplo. No caso da medição para segurança do trabalho, o decibelímetro deve ser colocado na altura do ouvido do trabalhador para uma medição adequada.

Características do decibelímetro

Internas

Um decibelímetro clássico consiste em um transdutor eletroacústico, que pode ser um acelerômetro ou microfone, ambos com sensibilidade bastante alta, para detectar o som e convertê-lo em sinal elétrico. O transdutor por sua vez é acompanhado de um circuito eletrônico para operar no sinal até que os atributos desejados possam ser quantificados.

O circuito eletrônico é constituído de um circuito amplificador, uma vez que o sinal é de baixa intensidade (na ordem de milivolts), além de um transformador AC-DC (Corrente Contínua e Corrente Alternada). Em alguns decibelímetros, o circuito pode apresentar ponderação A, B, C OU D, de acordo com a curva de compensação selecionada para fazer a quantificação.

Após a amplificação, o sinal terá um nível alto o bastante para que possa ser exibido em um medidor, que pode ser um voltímetro convencional. O circuito eletrônico pode ser acertado para ler o nível do som na maioria das frequências conhecidas, além de identificar a intensidade de bandas selecionadas de frequência.

Como o sinal é receptado em corrente alternada, ele deve ser primeiramente transformado em um sinal de corrente contínua e uma constante de tempo deve ser incorporada à medida do sinal. A constante escolhida varia de acordo com o motivo para o qual o instrumento estará destinado, chamado de constante de integração.

A capacidade de diminuir a constante temporal muda de acordo com a qualidade do equipamento usado para a medição do ruído.

Externas

Existem decibelímetros de diferentes formas e tamanhos, todavia, todos apresentam pontos em comum. Normalmente, eles possuem uma ponta voltada para cima para evitar que o som reflita de volta ao microfone. Porém, alguns modelos de baixo custo não apresentam o topo pontudo, apresentam o microfone em uma das extensões, para evitar a reflexão afastando-o da caixa.

É importante ressaltar que quanto menor for o diâmetro do microfone, maior será sua sensibilidade para os sons agudos.

Classificações

Podemos classificar os decibelímetros em analógicos ou digitais, assim como diferenciá-los de acordo com os seus tipos ou classes. A diferença entre os decibelímetros analógicos e digitais se dá apenas no modo e precisão da leitura. Na atualidade, a maioria destes equipamentos são digitais, apesar de alguns analógicos ainda estarem no mercado.

Tipos ou classes

O decibelímetros costumam ser separados em três classificações distintas e básicas. A diferença principal entre eles é a precisão da medida. Essa definição é complexa e cercada por textos específicos. Para facilitar o seu entendimento, fizemos um resumo:

Tipo ou classe 0: geralmente são utilizados para calibrar outros decibelímetros. Eles podem ser utilizados em medidas de alta precisão, em pesquisas acadêmicas ou espaços controlados. Apresentam margem de erro de 0,7 dB.

Tipo ou classe 1 e tipo ou classe 2: são os mais utilizados em pesquisa de campo e laboratórios. Os de classe 1 costumam ser mais precisos que o de classe 2. Apresentam margem de erro de 1,0 e 1,5 dB, respectivamente. Desse modo, é importante considerar a margem de erro nas aferições.

Tipo ou classe 3: Apresenta uso restrito para medições básicas, em que não é necessária muita precisão. Contém margem de erro de 2,5 dB e ela deve ser considerada durante a aferição.

Por fim, vale destacar que a precisão de todo e qualquer decibelímetro varia de acordo com a frequência do som que está sendo quantificado.

O dosímetro


O dosímetro de ruído consiste em um medidor de nível de pressão sonora especial, proposto exclusivamente para medir a exposição ao ruído de uma pessoa por determinado período de tempo. Geralmente, a aferição é feita para cumprir regulamentos de saúde e segurança do trabalho.

Dessa maneira, os dosímetros de ruído medem e armazenam os NPS — níveis de pressão sonora, integrando as medições ao longo do tempo, fornecendo dados e informações para uma leitura cumulativa da exposição ao ruído durante um período de tempo pré-estabelecido — que em geral costuma ser uma jornada de trabalho de 8 horas.

Os dosímetros funcionam geralmente como monitores de ruídos de área ou pessoas. Em ambientes ocupacionais, os dosímetros pessoais são usados no corpo de um trabalhador comum, com microfone montado no topo do ombro mais exposto do trabalhador.

O monitoramento da área pode ser feito para estimar a exposição ao ruído quando os níveis de ruído são constantes e os funcionários não são móveis. Em locais de trabalho em que os funcionários apresentam deslocamento frequente entre diferente áreas, cuja intensidade do ruído se altera com o tempo, a exposição ao ruído é estimada com maior precisão com o monitoramento pessoal.

Além disso, dosímetros são utilizados para a coleta de dados para uso em procedimentos legais, como desenvolvimento de controle de ruídos para a área da engenharia ou higiene industrial.

Uso de dosímetros

Os dosímetros originais foram concebidos para serem utilizados como microfones conectados ao corpo do dosímetros e montado junto ao ombro, próximo ao ouvido do trabalhador, para captar de forma mais fiel o ruído que o objeto do estudo capta. Os dispositivos foram utilizados para o turno de trabalho completo para no final apresentar em dose percentual a exposição ao ruído.

Esta forma de utilizar o dosímetro foi muito utilizada nos EUA, mas na Europa, o medidor de nível de pressão foi privilegiado. Entre os principais motivos para que isso ocorresse, destacamos:

  1. Os dosímetros originais eram grandes o bastante para afetar o padrão de trabalho;

  2. Os trabalhadores podem falsificar os dados com certa facilidade;

  3. O dosímetro poderia indicar que o nível foi excedido, mas não informar quando ocorreu;

  4. O cabo foi considerado perigoso, pois poderia enroscar em máquinas rotativas.

Para sanar os problemas indicados pelas comissões de segurança europeias, os dosímetros tornaram-se cada vez menores, além de incluir armazenamento de dados, indicando em qual situação o trabalhador ficou exposto ao maior pico de ruído. Os dados passaram a poder ser transferidos para um computador pessoal e apresentar padrões de exposição ao ruído de acordo com o percurso do trabalhador.

Resumindo, o dosímetro é usado para medir a exposição de um trabalhador a determinados ruídos durante um determinado período de tempo. O aparelho é acoplado ao trabalhador e faz o registro dos níveis de ruído em função das horas em que o aparelho foi utilizado.

Seu uso geralmente dá-se para avaliar as condições de trabalho de um trabalhador em uma jornada completa, avaliando os riscos aos quais ele está submetido.

Mas afinal, qual o melhor?

Depende do uso ao qual se destina. Os dois aparelhos cumprem o papel a que se dispõem da melhor forma, mas você precisa ver a sua real necessidade para escolher o melhor para você. Seja você um fiscal ou um técnico de segurança do trabalho, converse agora com um consultor da Instrutemp e veja qual o melhor para você!


Comments


bottom of page